Antracnose, Como Identificar e Resolver em Flores

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A antracnose, causada pelo fungo Colletotrichum gloeosporioides, é uma doença que afeta ramos, folhas, frutos e inflorescências de diversas plantas, incluindo flores ornamentais.

Seus sintomas podem comprometer a estética das plantas, prejudicar a produção de frutos e, em casos mais graves, levar à morte das plantas. Neste artigo, abordaremos em detalhes como identificar a antracnose em flores e apresentaremos medidas eficazes para o seu controle.

Sintomas da Antracnose em Flores

A antracnose apresenta diferentes sintomas, dependendo da parte da planta afetada. Nas flores, os sintomas incluem o enegrecimento e secagem do pedúnculo, prejudicando a frutificação em toda a panícula. Manchas de coloração marrom escura aparecem na ráquis da inflorescência e suas ramificações, destruindo um grande número de flores.

As próprias folhas podem apresentar manchas de marrom, de forma oval ou irregular, com lesões no ápice, margem ou centro da folha.

A antracnose pode afetar uma variedade de plantas, incluindo diferentes tipos de flores. No entanto, alguns tipos de flores são mais suscetíveis a essa doença do que outros. Entre as flores mais afetadas pela antracnose estão:

  1. Rosa (Rosa spp.): As rosas são frequentemente afetadas pela antracnose, apresentando manchas escuras nas folhas, caules e botões florais.
  2. Hortênsia (Hydrangea spp.): As hortênsias são propensas a desenvolver manchas escuras nas folhas e nas inflorescências devido à antracnose.
  3. Azálea (Rhododendron spp.): Azáleas são vulneráveis a lesões nas folhas e flores causadas pela antracnose, impactando sua aparência ornamental.
  4. Gérbera (Gerbera jamesonii): As gérberas podem ser afetadas, exibindo manchas escuras nas folhas e comprometendo a qualidade das flores.
  5. Lírio (Lilium spp.): Lírios podem apresentar manchas escuras nas folhas e nos botões florais, prejudicando sua beleza.
  6. Cravo (Dianthus spp.): Cravos podem ser suscetíveis à antracnose, manifestando manchas e lesões nas folhas e nas pétalas.
  7. Dália (Dahlia spp.): As dálias podem sofrer danos pela antracnose, exibindo manchas nas folhas e prejudicando o desenvolvimento das flores.
  8. Peônia (Paeonia spp.): Peônias são suscetíveis, e a antracnose pode causar manchas escuras nas folhas e afetar a abertura das flores.
  9. Orquídea (Orchidaceae spp.): Algumas variedades de orquídeas podem ser afetadas pela antracnose, resultando em lesões nas folhas e hastes florais.
  10. Crinum (Crinum spp.): Crinuns podem desenvolver manchas escuras nas folhas devido à antracnose, comprometendo sua aparência.

Vale ressaltar que a suscetibilidade das flores à antracnose pode variar de acordo com as condições climáticas, práticas de cultivo e a presença de outros fatores predisponentes. O manejo adequado, incluindo medidas preventivas e oportuno tratamento com fungicidas, é essencial para preservar a saúde e a estética das flores afetadas por essa doença.

Identificação e Controle: Medidas Preventivas e Culturais

  1. Inspeção Freqüente no Pomar:
    • A antracnose é fortemente influenciada pelas condições climáticas. Realizar inspeções frequentes no pomar durante os períodos de floração, frutificação e colheita é crucial.
  2. Medidas Culturais:
    • Analisar o espaçamento do plantio para garantir ventilação e insolação adequadas.
    • Realizar podas leves e periódicas para aumentar a aeração e penetração dos raios solares.
    • Poda de limpeza para eliminar galhos secos e frutos velhos.
    • Recolhimento de materiais vegetais caídos para reduzir fontes de inóculo do fungo.
  3. Controle Químico:
    • Utilizar fungicidas à base de cobre e mancozeb em intervalos de 15 a 20 dias.
    • Alternar fungicidas de contato com sistêmicos para evitar resistência do fungo.
  4. Tratamento Pós-Colheita:
    • Imersão dos frutos em tanques com suspensão de thiabendazole, imazalil ou prochloraz.
    • Tratamento hidrotérmico a 50-55ºC por 5 minutos.

Antracnose em Outras Culturas: Soja

A antracnose também afeta a soja, causada pelo fungo Colletotrichum truncatum. Seus impactos na produtividade e qualidade dos grãos tornam essencial a implementação de estratégias de manejo eficazes.

No contexto da soja, o manejo eficaz da antracnose é crucial para preservar a produtividade e a qualidade dos grãos, dada a severidade dos danos que essa doença pode causar. Ressalta-se a importância da rotação de culturas, uma estratégia fundamental que envolve alternar o cultivo de soja com espécies não-hospedeiras do patógeno, contribuindo para a redução do inóculo no solo.

A utilização de sementes sadias e o tratamento fungicida no momento adequado são medidas preventivas essenciais, assegurando um plantio inicial livre do patógeno e protegendo as plântulas durante a fase crítica do desenvolvimento.

A adequação do arranjo populacional, a manutenção de níveis nutricionais adequados e a escolha de cultivares menos suscetíveis também desempenham papéis cruciais no manejo integrado da antracnose na soja, promovendo uma abordagem abrangente para enfrentar os desafios apresentados por essa doença.

Estratégias de Manejo da Antracnose na Soja:

  1. Rotação de Culturas:
    • Alternar com espécies não-hospedeiras do patógeno.
  2. Sementes Sadias e Tratamento Fungicida:
    • Uso de sementes sadias e tratamento com fungicidas eficientes.
  3. Adequação do Arranjo Populacional e Nutrição:
    • Ajustar o espaçamento entre as plantas e garantir níveis nutricionais adequados.
  4. Cultivares Menos Suscetíveis e Controle Químico:
    • Seleção de cultivares menos suscetíveis.
    • Uso de fungicidas conforme as condições climáticas.

Monitoramento e Posicionamento de Fungicidas na Soja:

  • Monitoramento precoce durante a fase vegetativa.
  • Aplicações de fungicidas em momentos críticos, como o início da floração.
  • Intervalos de aplicação não superiores a 15 dias.

No manejo da antracnose na soja, o monitoramento e o posicionamento adequado de fungicidas desempenham um papel crucial. Diversos fungicidas têm sido utilizados com eficácia para controlar o Colletotrichum truncatum. Entre os principais fungicidas destacam-se:

  1. Fungicidas à base de Azoxistrobina:
    • Possuem amplo espectro de controle e ação sistêmica, sendo eficazes contra diversos patógenos, incluindo fungos do gênero Colletotrichum.
  2. Fungicidas à base de Propiconazol:
    • Apresentam propriedades fungicidas de amplo espectro, inibindo o crescimento e a reprodução do fungo causador da antracnose.
  3. Fungicidas à base de Tebuconazol:
    • Com ação preventiva e curativa, os fungicidas com tebuconazol são eficientes no controle da antracnose e proporcionam proteção duradoura.
  4. Fungicidas à base de Ciproconazol:
    • Possuem atividade fungicida sistêmica, atuando no controle da antracnose ao inibir o crescimento do fungo nos tecidos vegetais.
  5. Fungicidas à base de Trifloxistrobina + Protioconazol:
    • Combinam dois ingredientes ativos para proporcionar uma ação sinérgica, abrangendo múltiplos estágios do ciclo de vida do fungo.
  6. Fungicidas à base de Flutriafol:
    • Oferecem uma proteção eficaz contra a antracnose, atuando de forma preventiva e curativa para controlar o desenvolvimento do fungo.

A antracnose representa uma ameaça significativa para flores ornamentais e culturas agrícolas, como a soja. A identificação precoce dos sintomas e a implementação de medidas preventivas e de controle são essenciais para mitigar os danos causados por essa doença.

A combinação de práticas culturais, controle químico e monitoramento constante contribuirá para a preservação da saúde das plantas e a manutenção da produtividade.

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